O mercado da construção civil passa por mudanças constantes e surgem tendências a cada ano. Entre elas, está a busca por um estilo de obra projetada para colaborar com o desenvolvimento sustentável da sociedade. Essa prática levou ao surgimento das Green Buildings.
Portanto, é essencial entender mais sobre o conceito — que promete ser o futuro da arquitetura sustentável. Assim, é possível trabalhar para conseguir aplicá-lo nos projetos da empresa, trazendo diferenciais para o negócio e beneficiando o meio ambiente.
Para explicar melhor o tema, preparamos este conteúdo sobre as Green Buildings, suas características e certificações relacionadas. Confira!
O que são Green Buildings?
O termo Green Building pode ser traduzido como “construção verde”. Na prática, esse tipo de projeto consiste em edificações planejadas de modo a causar menor impacto ambiental, considerando todas as etapas do processo.
Ou seja, a sustentabilidade do projeto deve abranger desde a concepção e obra até o final do ciclo de vida da construção, considerando o uso pelos moradores. Logo, é preciso considerar aspectos como:
- escolha da localização;
- características do projeto;
- materiais utilizados;
- gestão de resíduos;
- eficiência energética e no uso da água;
- manutenção de espaços;
- qualidade dos ambientes.
Na prática, embora o projeto exija maior cuidado, ele tende a reduzir os custos envolvidos na edificação, já que a otimização nos processos e a redução dos impactos ambientais também diminui os recursos utilizados. Logo, ao final, é possível visualizar maior economia no desenvolvimento das estruturas.
Ao mesmo tempo, o conceito de sustentabilidade ganha cada vez mais destaque no mundo. Portanto, construções que atendem a esses critérios tendem a ter um potencial maior de valorização, ampliando as possibilidades de retorno para os investidores.
Quais são as características dessas construções?
As construções verdes buscam garantir um funcionamento do projeto com maior eficiência, considerando também a qualidade de vida dos moradores e de toda a região. Para tanto, é preciso observar alguns pilares no processo de construção do imóvel. Confira os pontos de atenção:
Projeto verde
As Green Buildings se iniciam no desenvolvimento do projeto. É esse planejamento que viabiliza a adoção de uma construção sustentável e com um ciclo de vida de menor impacto ambiental. Para tanto, são observados diversos aspectos, como:
- Localização e posição do terreno, considerando incidência solar, escoamento de água, intensidade do vento, entre outros fatores;
- Práticas para aproveitar o lote da melhor maneira, utilizando-o ao máximo;
- Implementação de sistemas para otimizar o uso de energia e de água;
- Redução de impactos à fauna e à flora local durante as obras e após a finalização da construção;
- Conforto ambiental do projeto, considerando o impacto na qualidade de vida dos usuários e moradores.
Gestão sustentável da obra
Após a aprovação do projeto e preparação do terreno, as Green Buildings exigem atenção à gestão da obra, que também deve ser sustentável. Primeiro, é preciso considerar o uso dos recursos naturais para viabilizar a construção — especialmente porque eles geram impactos diretos no meio ambiente.
Nesse sentido, vale a pena recorrer a métodos que permitam um melhor aproveitamento dos recursos. Por exemplo, é possível adotar a construção modular, buscar o uso de materiais sustentáveis, trabalhar com equipamentos e ferramentas que otimizem o projeto, etc.
Ainda, há a preocupação com o fator humano, considerando que a sustentabilidade também considera os impactos sociais e a mão de obra. Logo, é preciso adotar boas práticas de trabalho, considerando tempo de dedicação, horários de descanso, uso de equipamentos de proteção e outras medidas de segurança.
Por fim, há um foco no uso de materiais certificados, desenvolvidos com foco na sustentabilidade e na viabilização desse tipo de construção. Em geral, eles trabalham com itens reciclados ou recicláveis, de menor impacto ambiental e alta durabilidade.
Gestão de resíduos
Os resíduos na construção civil exigem atenção para reduzir os impactos negativos na natureza, especialmente devido ao grande volume de entulhos gerados, que envolvem:
- tijolos;
- concreto;
- telhas;
- metais;
- vidros;
- plástico;
- pavimentação;
- tubulações;
- fiação;
- tintas;
- colas;
- gesso;
- madeiras;
- entre outros.
Assim, além de pensar em formas de reduzir o volume de resíduos em uma gestão sustentável da obra, é necessário saber como destiná-los corretamente. Embora não seja possível eliminá-los por completo, as práticas de descarte podem ser o diferencial para a preservação ambiental.
Nesse caso, também é preciso considerar as possibilidades de reutilização e reciclagem, assim como o eventual tratamento necessário antes de dispensá-lo. Depois, é necessário observar as regras previstas e não fazer o descarte na natureza, como por meio de aterros, lotes vagos e outros locais.
Existem normas específicas que indicam a maneira correta de fazer o descarte. Logo, uma Green Building deve seguir essas especificações para garantir o menor impacto ambiental possível.
Eficiência energética
Também é preciso garantir a eficiência energética do projeto, tanto durante a construção quanto no momento de utilização pelos usuários. Em um primeiro momento, há uma avaliação dos processos para garantir maior otimização e evitar desperdícios de recursos.
Em seguida, é comum a adoção de práticas que reduzam o consumo de energia elétrica no uso do imóvel. Adotar práticas para viabilizar o conforto térmico e evitar o uso de climatizadores, por exemplo, pode ajudar nessa tarefa.
Outra medida comum é desenvolver um design que valorize a luz natural e a circulação de ar, o que ajuda a diminuir a necessidade de iluminação artificial. Logo, há menos consumo energético.
Também é comum que as Green Buildings contem com instalações para geração de energia fotovoltaica. Os painéis solares trazem uma possibilidade importante para geração de energia limpa, como alternativa ao uso de combustíveis fósseis e meios de produção de energia com maior impacto ambiental ou poluição.
Quais são os principais exemplos de Green Buildings?
As Green Buildings já são o foco de diversas construtoras, sendo possível encontrar projetos desse tipo no Brasil e no mundo. A seguir, confira alguns exemplos:
“One Central Park” na Austrália
Esse projeto foi desenvolvido em 2013, na Austrália, com um objetivo bastante diferente: ser a parede viva mais alta do mundo. São 166 metros de altura com diversas espécies de vegetação nativa e exótica para criar uma construção sustentável e diferenciada.
Ele foi desenvolvido pelo arquiteto Jean Nouvel em parceria com Patrick Blanc, especialista em jardins verticais.
“Parkroyal on Pickering” em Singapura
Outra construção de destaque é o “Parkroyal on Pickering”, assinado pelo Studio WOHA. O projeto traz um misto entre hotel e jardim, com mais de 15 m² de vegetação natural na fachada. Ela é composta por plantas tropicais, incluindo janaúba e palmeiras.
Para trazer mais sustentabilidade, ele tem um sistema de auto irrigação com água da chuva, isolamento térmico natural e energia solar. Como resultado, ele conquistou prêmios internacionais, como de hotel mais sustentável do mundo.
“Bosco Centrale” no Brasil
O Brasil também já faz parte dos países com Green Buildings. Nesse caso, um projeto de destaque é o Bosco Centrale, localizado em Curitiba — capital do Paraná. Ele tem um jardim vertical que compõe todos os andares do empreendimento. O projeto é de responsabilidade do paisagista Benedito Abbud.
“Bosco Verticale” na Itália
Esse foi o primeiro conjunto habitacional com floresta do mundo. Composto por dois edifícios, de 80 e de 112 metros, foi desenvolvido pelo arquiteto Stefano Boeri. Em sua composição, o projeto tem mais de 800 árvores de diversos portes, além de diversos arbustos e plantas rasteiras.
Quais são as principais certificações relacionadas ao conceito?
Para reconhecer as Green Buildings e ajudar as construtoras a cumprir os requisitos desse tipo de construção, existem diversas certificações relacionadas ao conceito. Confira as principais:
Selo EPD
Para obtê-lo, é preciso elaborar uma Declaração Ambiental de Produto (EPD) — por isso também é chamado de selo EPD —, a partir da avaliação dos impactos ambientais gerados pelos produtos usados no projeto.
LEED
O Leadership in Energy and Enviromental Design (LEED) é um sistema internacional de certificação de orientação ambiental. Com aplicação em 143 países, ela concede uma pontuação conforme cada objetivo e requisito de qualificação. Para ter o nível mínimo é preciso 40 pontos, enquanto o nível máximo exige 110 pontos.
No Brasil ele é gerenciado pelo Green Building Council Brasil (GBC). Para conquistá-lo, você pode recorrer a produtos que ajudem nessa pontuação, considerando requisitos como materiais e recursos, qualidade do ambiente interno, inovação e design. Ainda, o projeto deve considerar questões como energia e atmosfera, espaço sustentável, eficiência no uso da água, etc.
Entendendo mais sobre as Green Buildings, vale a pena estudar para implementar o conceito ao desenvolver projetos. Dessa forma, é possível construir um futuro mais sustentável, preservar a natureza e acompanhar as tendências da arquitetura — o que pode ser um diferencial competitivo para a construtora.
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